22 de mai. de 2008

BIBLIOTERAPIA

É idéia de cura por meio do livro.
A pessoa numa situação de crise, de luto, de perdas, ao ler um livro, sofre um processo interativo; caso ela se identifique com um ou mais personagens, passa a compartilhar experiências com esse personagem e pode vivenciar na imaginação processos que levam a uma percepção de que é possível dissolver os problemas.

Essa experiência de falar, enxergar a si, compreender a si, através do outro é muito rico e facilita muito as coisas, porque o problema do outro é menos dolorido em mim.

Na pesquisa, da Dra Lucélia, foram selecionadas duas escolas particulares e três públicas e realizados encontros com os professores:

  1. Para colher informações sobre como o assunto morte era tratado nas escolas.
  2. Apresentação dos 36 livros infantis e como eles poderiam ajudar a lidar com o assunto. São obras como “A mulher que matou os peixes”, de Clarice Lispector, “Menina Nina”, do Ziraldo, “Cadê meu avô?”, de Lídia Carvalho, e “A montanha encantada dos cisnes selvagens”, de Rubem Alves.
  3. Discussão sobre viabilidade de um trabalho real naquela escola.
  4. Se a escola quisesse e os professores também, poderia haver um quarto encontro depois de um mês, para dar tempo de digerir e processar todas aquelas informações.

Na prática, os passos são:

  1. O professor deve ler a história, conhecê-la bem.
  2. Lê para a turma.
  3. Os alunos podem ler também.
  4. Discussão dirigida pelo professor e voltada para aquele tema que se quer discutir.
  5. Os alunos produzem um texto, ou um desenho, enfim, que se expressem é o importante.

Os alunos devem encontrar esse canal de acolhimento e de expressão para seus sentimentos.
Por isso livros são tão importantes, se envolvendo com uma história, se reconhecendo num personagem, a pessoa pode descarregar-se emocionalmente.

A criança descobre que as dores que a morte traz são coletivas, não são só dela, reduzindo a sensação de solidão que esses momentos de crise trazem.

E quando ela encontra um professor que quer falar e ouvir sobre aquela dor, sobre o papel daquela morte em sua vida, ela se sente acolhida, relaxa e pode finalmente se expressar.

Fonte: Lucélia Paiva

(Psicóloga, mestre em Ciências pelo Hospital A. C. Camargo, trabalhou no HC por mais de 15 anos e desenvolveu a tese de doutorado pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo, valorizando a literatura infantil para tratar da morte com crianças.)

http://www.sinprosp.org.br/

Um comentário:

  1. Muito bom este post e o anterior tb.
    Quando puder vou aplicá-lo com os alunos.

    ResponderExcluir